Todos experimentamos momentos de tristezas e sofrimentos, que nos levam a precisar de libertação. Muitas vezes não podemos controlá-los. Simplesmente acontecem sem que possamos prevê-los.

A dor é um sentimento normal nessas situações. Porém, obcecar-nos com nossas penas e desgraças e culpar-nos por tudo o que tem acontecido é a forma mais segura de destruir a nossa própria vida. Além disso, de acabar com a vida das pessoas que estão perto de nós.

Pode ser que você tenha passado por uma separação, perdido o pai ou a mãe, tenha sido abusada por muitos anos ou tenha sido roubado injustamente por um sócio ou por um amigo.

Quando essas coisas acontecem, geralmente pensamos que nossos problemas são os piores, que nossas cruzes são as mais pesadas, que ninguém seja tão desgraçado como nós.

Nos queixamos das injustiças, temos dificuldade de encontrar algo pelo qual agradecer e pensamos que ninguém entende realmente pelo que estamos passando.

O bloqueio da libertação:  a autocompaixão

Ser vítima é uma tendência natural de nossa condição de seres humanos – feridos pelo pecado original – mas não o que Deus espera, ou quer de nós.

A autocompaixão é esse mecanismo de defesa. Um modo de proteger-nos de perigos que já nos magoaram no passado, nos tornamos vítimas.

Em troca de nos concentrarmos em aprender a superar as dificuldades e a ter sucesso no futuro, nos refugiamos para não sofrer de novo. Isso nos dá um motivo para evitar a responsabilidade de ter que enfrentar os problemas e superá-los.

Ao mesmo tempo, a autocompaixão é um jeito de atrair a atenção e o cuidado dos outros sobre nós. É como comprar tempo e se acomodar num lugar seguro. Como dizia alguém: “a tristeza adora a solidão”.

Outras vezes a autocompaixão é uma esperança vã de que as coisas mudarão só de esperar, porque o universo nos deve algo melhor. Infelizmente o mundo não funciona assim. Temos que aceitar as coisas ruins que nos acontecem, abraçá-las e aprender a seguir em frente, apesar das dificuldades.

São Paulo nos conta que ele tinha um “espinho na carne”. O que era? Não sabemos. Talvez uma doença, uma tentação ou um trauma. Era algo que o humilhava e dificultava a seguir em frente com sua vida. Ele diz que orou insistentemente a Deus para que afastasse aquele “espinho”, mas Deus apenas respondeu:

“Basta que tenhas a minha graça. Pois a minha força manifesta-se melhor nas fraquezas.”

São Paulo

A partir daquele dia, ele compreendeu que tinha que aceitar aquele tal “espinho”. 

Como aceitar as dificuldades

Deus tinha permitido ao apóstolo dos gentios passar por essa tribulação precisamente para mostrar-lhe a Sua graça e o Seu poder. Portanto, nem sempre é fácil compreender o porquê, mas o Senhor atua para converter aquela experiência numa oportunidade de crescimento.

Primeiramente, São Paulo chegou a dizer aos Coríntios: “De boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas”, e aplicando esse princípio chegou a afirmar:

“sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco então sou forte.

(cf. 2 Cor 12,10)

É preciso repetir essa frase: “Quando sou fraco, então sou forte”. Paulo não diz que é forte porque ele se propõe ser forte. Ele diz que é forte porque conta com a graça e a força de Deus.

Se você decide colocar sua fé para trabalhar e encontrar o lado bom, inclusive das situações negativas, encontrará alegria, felicidade e uma verdadeira libertação. Logo, encontrarás em Deus, uma energia e uma força, que não tinhas antes.

Busque sua libertação

Por isso, se você passou por uma experiência de dor e sente a tentação de se converter em vítima, de alimentar a auto compaixão, lembre-se das palavras de São Paulo: Quando sou fraco, então sou forte. Deus te faz forte!

Desse modo, evite as comparações, nunca pense que a sua cruz é a mais pesada, te asseguro que existem cruzes piores, que outras pessoas carregam-na até com alegria. Controle os pensamentos negativos. Ponha tua fé a trabalhar e aceite o que não pode mudar. Um futuro novo está te esperando. 

Aceite o que não pode mudar, aceite o que te faz sofrer, aceite o que está fora de teu controle. Logo, descobrirá, assim, que o mal não tem a última palavra e que sempre depois de uma tempestade volta a sair o sol. Sempre há uma libertação.