No Café com Fé dessa quinta-feira, Pe. Rodrigo Hurtado LC fala sobre sua experiência com Nossa Senhora Aparecida e sobre como podemos ser verdadeiramente devotos de Maria, refletindo, através dos milagres que aconteceram am Aparecida, quais as graças que a Mãe de Deus quer nos dar.

O Pe. Rodrigo também revela que estará disponível no aplicativo de meditações Seedtime, a partir da próxima segunda-feira, uma série de 10 meditações especialmente dedicadas para uma profunda preparação para viver a festa de Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro que se aproxima. Ele conta que essa série é uma verdadeira peregrinação espiritual que pode nos ajudar a viver essa experiência de ir ao Santuário de Aparecida, mesmo que não possamos estar lá pessoalmente para a festa.

Padre Rodrigo também revela que, ao vir do Chile para o Brasil em 2013, não tinha uma experiência com Nossa Senhora Aparecida, dado que o título de Maria como padroeira de seu país natal é Nossa Senhora do Carmo. Ele conta que não imaginava que a imagem de Aparecida fosse tão pequena, com somente 36 centímetros, dada a magnitude do atual Santuário. «Como é possível que uma imagem tão pequena more em um templo tão grande e seja padroeira de um país tão enorme quanto o Brasil?».

Mas, naquele ano, quando chega ao Brasil, sua congregação lhe tinha confiado um trabalho administrativo, atrás de um computador, e ele almejava algo grande. Em seu questionamento sobre o que Deus queria de sua vida, ele resolver pegar uma bicicleta que havia na casa e sair pelas ciclofaixas da cidade de São Paulo. Por causa de um pouco de areia na pista, Pe. Rodrigo leva um tombo sério que faz com que seja internado para se submeter a uma cirurgia. 

No hospital, ele pediu ao padre que lhe acompanhava que lhe trouxesse uma imagem de Maria e recebeu, portanto, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. «Então, eu olhei para ela como alguém que enxerga uma pessoa estranha», recorda. «Eu disse a ela: ‘Prazer… eu não a conhecia, mas agora é você quem vai cuidar de mim’». 

A cirurgia ocorreu tudo bem e no mês seguinte o Pe. Rodrigo recebeu o convite a ir à cidade de Aparecida e quando chegaram ao Santuário Nacional, o padre conta que ficou muito emocionado.

«Eu me sentia quase no céu», revela o padre. «A fé dos peregrinos, a multidão de pessoas entrando por aquela porta, em busca daquela imagem. Eu me coloquei na fila (…) e cheguei aí diante da imagem, pequenina, negra, parecia fria… mas a fé dos peregrinos me impressionou». «Aí eu me consagrei a ela e disse: ‘esse é meu destino, aqui estou trabalhando, então aqui eu te entrego a minha vida, te entrego o meu apostolado. Você me guia, você me leva pelos caminhos que você sabe, mas eu confio em você’».

Assim começou a experiência do Pe. Rodrigo com Nossa Senhora Aparecida. Ali no Santuário ele pôde perceber o testemunho vivo da fé do brasileiro e do amor de Maria sobre toda essa nação. Pe. Rodrigo conta que aquela peregrinação foi uma experiência muito forte e ele adotou Nossa Senhora Aparecida como sua mãe adotiva no Brasil.

O padre esclarece ainda que existem muitas devoções a Nossa Senhora, mas o mais importante do que qualquer devoção é algo que está no coração de cada uma das devoções que existem. «Se isso está no coração de uma devoção, então você alcança as graças dela».

Esse elemento é a imitação das virtudes de Maria. «Um bom filho não é reconhecido porque leva o mesmo sobrenome, ou porque mora na mesma casa», constata o padre. «Um bom filho é reconhecido porque leva os valores e virtudes de seus pais. As virtudes são o que mais nos ajuda a ser um bom filho de Maria».

Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil, mas ela é a mãe de Jesus. Toda história contada de Maria no Evangelho, é a história de Nossa Senhora antes dela chegar ao Brasil. O que está no Evangelho é a história original de Maria, mas Ela também tem uma história posterior à sua chegada aqui. «E nós vemos essa história e aprendemos das graças que podemos receber de Maria e das virtudes que podemos aprender dela, através de todas as graças que ela nos concede no Santuário», comenta Pe. Rodrigo. 

Para o padre, «a fonte para conhecer a Nossa Senhora não é só o Evangelho, mas também a tradição viva da Igreja». «E nós vemos o amor de Maria, a generosidade, a humildade nas graças que ela derrama sobre o Brasil, sobre todos os peregrinos que vão a Aparecida. 

O padre, então, passa a refletir sobre duas coisas. Que graças nós recebemos de Maria e o que nós podemos aprender sobre Maria. «Quer ser um bom filho, uma boa filha de Maria?», pergunta o padre. «Precisa seguir o exemplo dela em sua própria vida.

Pe. Rodrigo também ensina o que é o conceito de Graça. Quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, saudou-a como Cheia de Graça. Isso não é um simples elogio, mas um título de honra e que define a essência dela. Maria era a personificação da Graça, pois, por meio dela é que nos chega Jesus Cristo e a nossa salvação. O padre lembra que Maria é filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo e Mãe do Filho de Deus. Um privilégio e um dom único de Maria.

Ela é também a administradora das graças de Deus, mas o que é a graça?

«A graça, eu diria, eu um conceito divino, não é um conceito humano», ensina o padre. «É aquilo que Deus nos dá e que nós não merecemos. É o oposto da misericórdia, que é quando Deus não nos dá aquilo que sim, nós merecemos, o castigo por nossos pecados. E Deus sempre atua desse jeito e Maria é a porta de todas as graças».

O padre também recorda que há sim uma diferença entre rezar em casa e rezar no Santuário. «O santuário é um lugar escolhido por Maria para abençoar todo o Brasil. É um lugar sagrado». Segundo o Pe. Rodrigo, existem espaços especiais e existem tempos especiais, como a Festa de Nossa Senhora Aparecida».

«Que graças Maria concede em Aparecida?», questiona o padre. No Santuário podemos ver inúmeras graças que ela concede às pessoas, muitos milagres, até mesmo a cura de doenças graves ou a solução de problemas financeiros. «Mas o maior milagre que ela concede no Santuário, ocorre ocultamente no coração de todos aqueles que a invocam». 

Maria nos ajuda a alcançar o prêmio da vida eterna. Ela quer nos ajudar a amadurecer espiritualmente, a crescer espiritualmente para que nos pareçamos mais a Jesus. 

O Escravo Zacarias

O primeiro milagre que todos nós lembramos é o milagre do escravo Zacarias. Esse escravo que era maltratado por seu amo e fugiu de sua fazenda no Paraná. Ele foi se escondendo até que chegou em Aparecida. Quando seus perseguidores o encontraram, acorrentaram-no novamente e iniciaram o caminho de volta para a fazenda de onde tinha fugido. O escravo, vendo que estava próximo ao Santuário, f suplicou a seu amo que o permitisse parar um momento aos pés da imagem de Nossa Senhora. Quando ele se coloca de joelhos diante da imagem negra da Virgem Aparecida, suas correntes dos pés e dos pulsos se soltam. Ele foi libertado por Maria. Depois que Maria tinha dado a liberdade àquele escravo, seu amo também o deixou livre.

«É isso que Maria também faz no âmbito espiritual», comenta o padre. «Maria nos liberta, não das correntes materiais, mas das correntes do pecado e da culpa». Nosso maior problema na vida é o pecado. Somos nós mesmos, enquanto nos deixamos levar pelo pecado. Quando nós pecamos, nossa consciência nos alerta e, então, temos a culpa.

«A culpa destrói a vida. Uma das coisas que mais causa dano na vida de qualquer pessoa é a culpa». Não podemos ignorar a culpa e tentar a viver a vida normalmente. Não sabemos lidar com a culpa. Primeiro tentamos enterrar a culpa. O problema disso é que não funciona. A segunda coisa que fazemos é desviar a culpa para outros e, a terceira coisa, é tentar auto-punirmos por ela. Há pessoas que carregam um peso muito grande por causa de uma culpa de um pecado do passado e ficam se sabotando porque acham que não merecem algo bom por causa de uma culpa.

«Nossa Senhora quer nos libertar do pecado de um jeito definitivo para que não sigamos arrastando as correntes do pecado e da culpa». «Coloque-se diante de Deus com humildade e peça perdão. Coloque isso aos pés de Maria. É a receita que Maria dá em todas as aparições».

Segunda coisa, confessar nosso pecado. Jesus estabeleceu um canal, um caminho. Ele deu o poder a seus discípulos de perdoar os pecados. Temos que ir ao sacerdote como representante de Cristo.

Terceira coisa é aceitar o perdão. Essa imagem tão forte do escravo Zacarias vai acontecer conosco. Deus vai nos libertar de qualquer culpa, de qualquer pecado. «Qual é o fruto dessa graça que Maria nos alcança? É a alegria, a felicidade, a liberdade».

O milagre das Velas

Logo quando a imagem foi encontrada, ela foi colocada em um pequeno oratório com velas para que as pessoas pudessem ir à noite rezar. Um dia, as pessoas estavam de joelhos, não estava ventando e, num momento, as duas velas se apagaram. Um pessoa se levantou e foi acendê-las, mas antes que ele chegasse perto, as velas se acenderam sozinhas. Aí se começou a falar dos milagres e graças que Maria estava fazendo através daquela imagem.

«Maria continua fazendo isso hoje», afirma o padre. «A cada peregrino que chega no Santuário, Maria dá a graça de reacender a força, a energia, a coragem, o amor em nossa vida. Ressuscitar nosso coração». Quando morremos no coração, quando estamos cansados, quando estamos desanimando e achamos que já não há esperança é aí que estamos a ponto de jogar a toalha e desistir. Chega momentos na vida em que temos a tentação de desistir e o que temos que fazer? Temos que acudir a Nossa Senhora. E nós temos Nossa Senhora Aparecida para reacender a alegria, a esperança e a força em nossa vida. 

Quando devemos pedir a Maria essa graça? Primeiro, nos momentos de tentação. Nossa batalha é contra o demônio e ele nunca desiste. Também devemos acudir a Nossa Senhora quando passamos provações, sofrimentos e dificuldades. E o terceiro momento em que devemos ir a Maria é quando estamos cansados e queremos desistir.

O milagre da conversão

Na história de Nossa Senhora Aparecida, ainda na antiga Basílica, aconteceu um fato milagroso interessante. Certo dia, um senhor que não acreditava em Deus e nos milagres de Maria, ficava com seu cavalo zombando dos peregrinos que aí chegavam e, num ato de provocação, quis entrar com seu cavalo dentro da Igreja, que ainda era pequena, para humilhar a Nossa Senhora Aparecida. Mas, no momento em que o cavalo colocou as patas na pedra de entrada, suas ferraduras ficaram cravadas na pedra. E, esse senhor, então, ao ver esse acontecimento, se converte e se coloca de joelhos diante de Nossa Senhora.

Temos que pedir a Nossa Senhora Aparecida essa graça também da conversão. Essas pessoas que se revoltam contra Deus, na verdade, possuem um coração ferido. Nós podemos levar feridas em nosso coração. Todas as pessoas carregam suas próprias feridas de vida. 

Nossa Senhora cura nossas velhas feridas mudando nossa forma de pensar. Nossa Senhora nos faz entender e aceitar que somos aceitos e escolhidos por Deus. Esse é o caminho da conversão. As pessoas abrem seus olhos e enxergam o mundo de uma maneira diferente.

Por fim, o Pe. Rodrigo recorda novamente que a série de meditações O Segredo de Maria estará disponível livremente no aplicativo de meditações Seedtime e também reforça que nós podemos ser co-protagonistas nessa missão de evangelização através dos meios digitais fazendo uma assinatura Premium do aplicativo.

O Café com Fé é transmitido toda quinta-feira através do canal do Youtube e Instagram do Instituto Católico de Liderança e também pode ser ouvido nos melhores aplicativos de Podcast e também através do aplicativo Seedtime.