A Igreja no Brasil celebra hoje S. Benedito, o frade franciscano analfabeto cuja fama de santidade o fez se tornar o professor de muitos teólogos.

Benedito Manasseri nasceu na Sicília (Itália) em 31 de março de 1524, vindo de uma família pobre, descendente de africanos escravizados na Etiópia e, aos 18 anos já desejava se consagrar a Deus. Aos 21 anos, após ter sido insultado por causa de sua raça, recebe um convite do Frei Jerônimo Lanza para viver entre os franciscanos eremitas.

Depois de viver 17 anos de vida religiosa, como o Papa Pio IV desejasse unificar a ordem Franciscana, os eremitas foram viver no Convento de Santa Maria de Jesus, na Sicília e Benedito oi designado para ser o cozinheiro do convento dos Frades Franciscanos Capuchinhos. 

Benedito transformou sua cozinha em um verdadeiro santuário, onde se vivia a oração, a obediência a Deus, a alegria e a mansidão. Sua comida era saborosa e ele conquistava a todos com sua simpatia.

Sua vida exemplar no seguimento de Cristo acabou por fazer com que ele fosse eleito superior do mosteiro em que vivia, apesar de ser analfabeto e não ter sido ordenado sacerdote. Em virtude de sua humildade, aceitou o cargo com muita relutância, mas administrou o mosteiro com muito sucesso. 

Teólogos vinham de longe para conversar com Benedito e aprender com ele, que tinha o dom da sabedoria e da ciência. Um analfabeto, do ponto de vista humano, era um sábio nas coisas do Alto.

Ao terminar seu tempo como superior, retornou alegremente a sua cozinha, consciente de que, independentemente do cargo que ocupa no mosteiro, tudo tem que ser realizado segundo a vontade de Deus e para agrada-Lo.

Sua fama de santidade, suas palavras carregadas da sabedoria de Deus, seus milagres e orações atraíam multidões a seu mosteiro. Entre as obras surpreendentes que realizou, consta a ressurreição de dois meninos, a cura de vários cegos e surdos, a multiplicação de peixes e pães, tais como Nosso Senhor realizava nos Evangelhos. 

Aliás, esses milagres de multiplicação de alimentos que conferem ao santo uma devoção especial entre os brasileiros, que costumam sempre ter uma imagem sua nas cozinhas das casas, para que nunca falte o necessário ao sustento.

Certo dia, Frei Benedito profetizou que, quando morresse, teria que ser enterrado às pressas, para não trazer problemas a seus irmãos no convento. Em 4 de abril de 1589, aos 65 anos de idade, Benedito parte ao encontro de sua morada definitiva e, para confirmar a profecia, uma multidão invadiu o convento para vê-lo ou para conseguir alguma relíquia. 

Conta-se que, na hora de sua morte teria exclamado: «Jesus! Jesus! Minha mãe, doce Maria! Meu Pai, São Francisco!, morrendo logo em seguida. Seu corpo foi trasladado para a Igreja e exalta suave perfume. Exumado posteriormente, estava intacto e em 1611, suas relíquias foram colocados em uma urna de cristal na Igreja de Santa Maria, em Palermo.

Foi canonizado em 24 de maio de 1807 pelo Papa Pio VII e ele é venerado especialmente no Brasil na data de 5 de outubro, por orientação da Conferência Episcopal.